A Polônia registrou neste ano 170 mil ataques cibernéticos, o maior número já contabilizado e muito acima dos 111 mil incidentes de 2024, segundo informou nesta segunda-feira (6) o governo do país, que atribuiu a maior parte deles à Rússia.
O vice-primeiro-ministro e ministro de Assuntos Digitais, Krzysztof Gawkowski, afirmou em entrevista à TV estatal que entre 700 e 800 ataques diários representam uma ameaça à segurança nacional.
“Muitos desses ataques têm uma clara marca russa”, disse Gawkowski, segundo a agência espanhola EFE.
O ministro prevê um aumento das ameaças e desafios no campo digital, mas garantiu que os serviços poloneses conseguem repelir a grande maioria das ofensivas.
Recentemente, o governo anunciou o aumento do orçamento destinado à cibersegurança para 1 bilhão de euros em 2025.
A Polônia é vista como um dos principais alvos de sabotagens digitais dentro da União Europeia. Para Varsóvia, os ataques fazem parte da chamada guerra híbrida conduzida pela Rússia.
Entre os casos registrados, houve episódios que forçaram a suspensão temporária de operações hospitalares e tentativas de invasão a redes de tecnologia de grandes cidades, com o objetivo de interromper o abastecimento de água, ações que foram contidas antes de afetar os usuários.
O setor energético também está entre os principais alvos, com mais de 4 mil incidentes em 2024 atingindo instituições ligadas à área.
Veículos de imprensa foram igualmente afetados, e a agência pública PAP sofreu um ataque coordenado que resultou na publicação de uma notícia falsa sobre uma mobilização nacional. Na ocasião, Gawkowski afirmou que a ofensiva foi orquestrada pela Rússia, com o objetivo de paralisar o país.
A Polônia, membro da Otan desde 1999 e da União Europeia desde 2004, é um dos maiores aliados da Ucrânia, com quem compartilha mais de 500 quilômetros de fronteira, e enfrenta há mais de dois anos as consequências da invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.