O governo peruano anunciou que vai decretar estado de emergência na Região Metropolitana da capital Lima, área com quase 10 milhões de habitantes.
O primeiro-ministro confirmou, nessa quinta (16) à noite, que a decisão será “acompanhada de um pacote de medidas”.
Segundo Ernesto Miranda, são ordens do presidente interino, José Jerí, que assumiu o cargo há apenas uma semana, após o impeachment da sua antecessora, Dina Boluarte.
De acordo com a Agência Reuters, Boluarte enfrentou protestos após assumir em 2022, com dezenas de mortes e a queda de popularidade, abaixo de 4%.
Agora, os protestos são contra o presidente interino. Jerí era líder do Congresso e é acusado de corrupção e agressão sexual, em caso arquivado por falta de provas.
Na última quarta (15), centenas de manifestantes se reuniram perto do Palácio Legislativo, no centro da capital, Lima. A polícia interveio com gás lacrimogêneo.
Um rapper, Eduardo Ruiz, de 32 anos, morreu baleado e mais de 100 pessoas ficaram feridas.
De acordo com o jornal peruano La República, a Polícia Nacional do Peru negou diversas vezes a responsabilidade pela morte do manifestante, mas admitiu, após o Ministério Público obter imagens do policial atirando.
Nesta sexta, o sindicato dos trabalhadores do transporte, em Lima e interior, realizou uma paralisação contra os atos de violência e a morte do artista.
No anúncio sobre o estado de emergência, feito pelo primeiro-ministro, ele diz que este é um governo de transição e que um toque de recolher não será considerado.
Um grupo de trabalho ainda deve redigir o decreto de estado de emergência e pode considerar fornecer apoio financeiro para a família dos feridos nos protestos.
Em menos de uma década, o Peru já teve sete presidentes. Todos eles sofreram impeachment, renunciaram ou foram interinos.
As próximas eleições no Peru estão marcadas para abril do ano que vem.
Fonte: Agência Brasil